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Vale a pena assistir Made for Love? (Tem spoiler ein)

 

Olá meus amores, quanto tempo né? Andei sumida das resenhas, dos podcasts e de todo o resto por motivos de: A vida é difícil e as minhas obrigações estão consumindo.

Nessa fase atarefada da minha vida, eu resolvi assistir séries e filmes que não estejam tão em foco e após assistir algumas coisas bem interessantes, pensei “pq não resenhar essas coisas” e cá estou eu novamente. Não prometo periodicidade, pois como já dizia Clarice Linspector “ O Futuro a Deus pertence” – Fonte: Calibri Ligth 11

Num raríssimo momento de tempo livre eu estava fuçando o HBO Max, pois estava triste por ser uma viuvinha de Westworld (RIP), dei de cara com “Made for Love” que pela capa me parecia ser uma comédia romântica água com açúcar, mas eu estava com paciência e resolvi tentar.


Made for Love é um seriado de 2021 (Season1) a 2022 (Season2),  e conta a história de Hazel Green (Cristin Milioti, lembra do seriado do guarda chuva amarelo que o cara leva 82 anos pra contar pros filhos como conheceu a mãe deles? Pois é, a atriz que faz a mãe), que encontra-se em um relacionamento abusivo e tenta fugir.

Então, desse ponto, vamos lidar com as minhas impressões sobre a primeira temporada e vale ressaltar que não li nenhuma outra crítica ao seriado, eu só sentei a raba no sofá nesse fim de semana e assisti as duas temporadas direto como se fosse falecer amanhã e resolvi escrever

O seriado tenta (e consegue) trazer assuntos sérios de forma cômica, quase como aquelas piadocas auto depreciativas que fazemos sobre nós mesmos e os amigos ficam preocupados com seus traumas, o que pra mim é bem legal, pois, se você tem um amigo(a) que está em um relacionamento abusivo, vc pode indicar que ela vai rir mas do nada vai pensar “UÉ KCT, PERAÍ” o que pode ajudar ele a se situar.

Vou tentar dar o mínimo possível de spoiler mas pra fazer minha análise, tem coisa que não vai ter como então, se vc não gosta de saber nadica de nada antes de assistir, pique sua mula daqui.

Dentro desse contexto de estar fugindo de um ambiente tóxico, criado por seu marido Byron  Gogol (Billy Magnussen, bonito, ou só é branco? Deixe sua opinião nos comentários), Hazel passa por várias fases tensas pra ter êxito nessa missão, e uma das coisas que mais me chamou atenção é que as pessoas que acreditam nela e a acolhem são sempre mulheres(incluindo um golfinho fêmea) e em contra partida, os homens (incluindo seu pai) estão sempre questionando se ela quer mesmo sair do seu casamento, e quando ela prova que de fato está sendo abusada os homens questionam se ela já não sabia que isso iria acontecer, baseado em como o relacionamento aconteceu desde o início e tudo mais, essa narrativa te parece familiar? Não de nenhum outro filme mas da vida real, se você mesma não passou por isso em algum momento, com certeza conhece alguém que passou.

Bonito ou só é branco? Vote nos comentários


Outra coisa do seriado que me remete um pouco à vida real é que Byron, sendo um gênio da tecnologia e dono da empresa que possui os dados de todo mundo, utiliza isso pra chantagear o advogado contratado por Hazel para dar entrada no divórcio. Aqui na vida real, geralmente homens possessivos utilizam essa estratégia contra a própria companheira, mas em um seriado de comédia, o advogado foi a vitima da vez, tendo suas fotos feitas durante atos sexuais expostas, para que largasse o caso e assim, a mocinha ficasse vulnerável novamente.

Ao conseguir finalmente fugir da fortaleza tecnológica construída pelo marido, Hazel volta pra casa do pai, que não vê tem 10 anos, e se depara com ele em um relacionamento amoroso com outra pessoa que não é sua mãe, já que a mesma faleceu quando Hazel era criança, e até aí tudo bem, só que sua madrasta é uma boneca sexual, e de primeira a gente ri um pouco pela forma como isso é introduzido (AIN), mas, em algum momento você sabe que Hazel vai se identificar com essa boneca, pela questão do controle que o marido tinha sobre ela, e futuramente Diane (a boneca) ajuda Hazel e seu pai a descobrirem problemas de negligências do passado, o famoso daddy issues, mas não vamos focar nisso agora.

Ao se explicar pras pessoas o tipo de abuso que sofria no Eixo (Nome do local onde viveu presa por 10 anos), Hazel explica que tudo era cronometrado, horas de sono, horas de comer, controle do marido através de presentes caros, e é vista por quase todos como sendo privilegiada por viver assim e mais uma vez eu te pergunto, você já ouviu essa papo na vida real? Quantas mulheres ouvem “Ruim com ele pior sem ele” ou “É só o jeito dele demonstrar que te ama” enquanto estão em relacionamentos abusivos?

Por fim, depois de fazer e acontecer em 8 episódios para se ver livre, ela acaba voltando pro Eixo pois descobre que seu pai está doente e Byron oferece tratamento de última geração em troca da volta dela pra casa. Chantagem emocional utilizando parentes próximos, na vida real geralmente esse tipo de coisa é feito com os filhos do casal, temos aí mais um acontecimento do seriado que chama nossa atenção para coisas que acontecem em relacionamentos tóxicos da vida real.

Primeira temporada
Crítica Social Fuderosa demais lacrou: 8/10

Comédia: 6/10

Chance de gatilho: 10/10 cuidado


 

Agora vamos entrar na Segunda temporada, e eu vou ser bem direta aqui: Não é tão boa quanto a primeira, mas diverte. Tenta aprofundar mais nosso conhecimento sobre os outros personagens e às vezes, perde um pouco a mão nessa parte, tem coisa que achei desnecessária que só serviu pra encher linguiça. Na segunda temporada a gente fica mais pensativo sobre o uso dos nossos dados por grandes empresas de tecnologia e traz também uma discussão sobre AI que até me lembrou um pouco Westworld (Risos), mas não me prendeu tanto quanto a primeira temporada.

Segunda Temporada

Trouxe novidade em relação ao elenco?  Não

Teve o final que a gente esperava? Sim, mas não muito

Depois de ver tudo, fui procurar saber sobre informações técnicas do seriado na internet e descobri que não foi renovada, o que não me surpreende, mas a galera que produziu já deveria saber, pois o fim da segunda temporada realmente foi um FINAL, não deixou muita coisa em aberto (Eu disse não deixou muita, ou seja, teve ponta solta sim)

Vale a pena assistir? Sim, mas não vai ser a melhor coisa que você já assistiu na vida.

 

 

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