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Deuses são reais se você acredita neles, um passeio com os Deuses Americanos


Olá fugitivos, hoje eu estou aqui para falar de uma das minhas histórias favoritas e do que eu tirei dela e fique atento se um idoso malandro te oferecer um emprego de guarda-costas.

Nós conhecemos Shadow Moon perto do que seria o melhor dia da vida dele depois de cinco anos, ele tinha acabado de falar com sua esposa ao telefone e ao voltar para casa teria seu emprego de volta também, mas tudo é alterado quando um dia antes da sua soltura o diretor da cadeia o chama para uma conversa, o homem sem jeito acaba dando a notícia da pior forma possível, Shadow descobre que agora era um viúvo e por isso seria solto naquele dia mesmo, um pouco desorientado ele decide pegar um avião para tentar acompanhar o funeral de sua esposa Laura e é ai que tudo se inicia, Shadow percebe um homem de alguma idade agindo quase como um louco e graças a isso acaba por conseguir uma passagem na primeira classe de graça e no momento onde os olhos desse homem se cruzam com os de Shadow nossa jornada começa de fato.

Uma das frases que estava na divulgação da série e me pegou durante a leitura do livro é mais ou menos assim "você vai deixar de acreditar em nada para acreditar em tudo" e na primeira conversa de fato entre o homem livre e o velho trapaceiro percebemos que o livro se trata em parte disso, do poder das crenças, Quarta-feira, o nome usado pelo velho, faz uma breve e confusa e nada real explicação de como os aviões conseguem voar e em meio uma conversa informal surge a proposta que mudaria a vida de Shadow Moon para sempre, ser o guarda-costas do homem, um emprego limpo e que paga bem e também cheio de benefícios, Shadow recusa a princípio, mas depois de descobrir as circunstâncias da morte de sua esposa e de seu amigo que lhe daria um emprego ele resolve aceitar a proposta.


Países das Américas num geral são formados por imigrantes e os velhos deuses apresentados foram levados por esses imigrantes que foram por vontade própria ou não para o novo mundo, as tradições, os costumes, crenças um pouco de cada país, de cada tribo e essa combinação de tantas culturas que formam as novas e até mesmo novas tradições nascem, os novos deuses são um reflexo da nossa sociedade, a internet está lá nua e crua como um menino abusado que quando sozinho se mostra não como assustador e sim como um menino assustado e sem banca ou até mesmo sexo que era louvado e idolatrado antes e agora é marginalizado, na série Bilquis começou a usar apps de paquera para ter o mínimo de devoção e no livro que se passa antes de 2001 ela se tornou uma prostituta, algo bem interessante de se pensar, o corpo, o desejo, o libido feminino que antes de motivo de devoção se torna motivo quase de vergonha e praticamente um pecado. O respeito aos mortos se perde na busca pelo dinheiro e a falência da funerária dos deuses egípcios é uma triste realidade onde enterrar pelo menor preço é mais importante do que velar os mortos e amparar as famílias nesse momento delicado, eu poderia gastar mais uma hora escrevendo sobre o que eu tirei de conclusão ao ver cada deus e seus paralelos nos dias de hoje.



Se você é curte mitologias, no plural, vai perceber que o acordo feito com o Quarta-feira é selado com uma caneca de hidromel, algo simbólico demais, além de nosso querido Mad Sweeney não esconder o fato de ser um leprechaun dos mais sem sorte por assim dizer, pois acaba perdendo sua moeda para Shadow depois de protagonizar uma violenta briga de bar. apesar de mais referências nórdicas estarem presentes, é inegável o trabalho de pesquisa do Neil Gaiman que nos trouxe Anansi, as irmãs e Chernobog por exemplo.

Deuses Americanos é uma das minhas histórias favoritas de todos os tempos e por isso sempre recomendo. Até a próxima fugitivos.

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